Pegadas de 150 milhões de anos revelam possível mancar em dinossauro gigante

10

Os paleontólogos descobriram evidências convincentes de que um enorme dinossauro saurópode andava mancando há aproximadamente 150 milhões de anos. A descoberta, feita no West Gold Hill Dinosaur Tracksite, no Colorado, é baseada em uma trilha excepcionalmente bem preservada – um circuito quase completo de mais de 95 metros de comprimento. Os pesquisadores usaram tecnologia avançada de drones e modelagem 3D para analisar os movimentos do dinossauro com uma precisão sem precedentes.

O caminho único

As pegadas, deixadas por um dinossauro de pescoço longo como o Diplodocus ou o Camarasaurus durante o período Jurássico Superior, formam um loop completo, uma ocorrência incomum para pegadas fossilizadas. Este caminho circular permitiu aos cientistas estudar como o enorme animal manobrou uma curva fechada e depois retomou a sua direção original.

“Esta trilha é única porque é um loop completo. Embora talvez nunca saibamos por que esse dinossauro se curvou sobre si mesmo, a trilha preserva uma chance extremamente rara de estudar como um saurópode gigante fez uma curva fechada antes de retomar sua direção original de viagem.” – Dr. Anthony Romilio, Universidade de Queensland.

Análise de alta resolução

A enorme escala da pista representava um desafio. Para superar isso, a equipe empregou drones para capturar imagens de alta resolução, que foram então usadas para gerar um modelo 3D detalhado. Isso permitiu a análise em escala milimétrica da marcha do dinossauro dentro do laboratório.

Evidência de marcha irregular

O modelo reconstruído revelou diferenças sutis, mas consistentes, nas pegadas esquerda e direita do dinossauro. Variações na largura do passo – de estreito a largo – sugerem uma mudança natural no movimento conforme o animal se vira. Mais significativamente, os investigadores detectaram uma diferença persistente no comprimento do passo de cerca de 10 centímetros (4 polegadas) entre os lados esquerdo e direito.

Essa diferença pode indicar mancar, embora também seja possível que o dinossauro simplesmente preferisse usar um lado mais do que o outro. A equipe enfatiza que segmentos curtos de trilhas com larguras consistentes podem nem sempre refletir o estilo de caminhada típico de um animal, destacando a importância de analisar padrões completos como este.

Implicações para a Paleontologia

O estudo demonstra o poder da tecnologia moderna em desbloquear insights comportamentais de fósseis antigos. O mesmo método poderia ser aplicado a outras longas pegadas de dinossauros em todo o mundo, revelando pistas anteriormente inacessíveis sobre como estes gigantes se moviam e interagiam com o seu ambiente.

Esta descoberta não se trata apenas de um dinossauro manco; trata-se de refinar nossa compreensão de como os paleontólogos podem extrair dados significativos até mesmo das pegadas mais antigas, abrindo novos caminhos para a pesquisa comportamental em paleontologia.