Departamento de Energia muda o foco das energias renováveis em grande reorganização

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O Departamento de Energia dos EUA (DOE) está a passar por uma reestruturação significativa que sinaliza um claro afastamento da ênfase da administração Biden nas tecnologias de energia renovável. Vários gabinetes centrais para as iniciativas climáticas da administração anterior foram eliminados ou renomeados, levantando questões sobre o futuro do financiamento e da política de energia limpa.

Principais escritórios dissolvidos ou renomeados

O organograma revisado do DOE, divulgado esta semana, não lista mais o Escritório de Demonstrações de Energia Limpa, o Escritório de Fabricação e Cadeias de Fornecimento de Energia ou o Escritório de Implantação de Rede. Estes escritórios foram fundamentais na gestão de milhares de milhões de dólares atribuídos a projetos centrados em baterias, combustíveis de hidrogénio e na modernização da rede elétrica.

Mais notavelmente, o Gabinete de Eficiência Energética e Energias Renováveis ​​– um defensor de longa data de tecnologias como a energia solar – foi renomeado como Gabinete de Minerais Críticos e Inovação Energética. Embora o novo título sugira um trabalho contínuo no sector da energia, a mudança de “energia renovável” no nome do gabinete indica uma mudança nas prioridades.

Implicações para a política climática

Esta revisão reflecte a orientação política da administração Trump, que tem procurado activamente reverter as políticas climáticas da era Biden e acelerar a produção de combustíveis fósseis. A reorganização ocorre depois de o DOE já ter congelado ou cancelado mais de 3,7 mil milhões de dólares em financiamento para projectos de energia limpa, incluindo iniciativas de captura de carbono em indústrias como o gás natural e o cimento.

O secretário de Energia, Chris Wright, defendeu as mudanças, afirmando que o DOE está “alinhando as suas operações para restaurar o bom senso na política energética, reduzir custos… e garantir a administração responsável dos dólares dos contribuintes”. No entanto, os críticos argumentam que esta reestruturação prejudicará o progresso na redução das emissões e atrasará a transição para uma economia energética mais limpa.

Contexto mais amplo

A medida reflecte uma tendência mais ampla de reversões políticas na política energética. A administração Trump tem priorizado repetidamente os combustíveis fósseis em detrimento das energias renováveis, argumentando que são mais baratos e mais fiáveis. Esta postura está alinhada com os esforços de lobby da indústria e com o compromisso da administração com a desregulamentação.

A reorganização também levanta questões sobre o destino dos projectos existentes financiados pela administração anterior. Embora o DOE ainda não tenha especificado como estes programas serão geridos, a reestruturação sugere que muitos poderão ser reduzidos ou totalmente descontinuados.

Em conclusão, a reorganização do Departamento de Energia representa uma grande mudança na política energética dos EUA, dando prioridade aos combustíveis fósseis e à extracção mineral crítica em detrimento das tecnologias renováveis. A medida irá provavelmente abrandar o progresso nas alterações climáticas e suscitar preocupações entre os defensores das energias limpas.